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Edson Fachin, ministro relator no STF (Supremo Tribunal Federal) das ações ligadas à operação Lava Jato, anulou nesta sexta-feira (22) um pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentado à corte no início do mês. O julgamento da petição estava marcado para a próxima terça-feira (26).

"A modificação do panorama processual interfere no espectro processual objeto de exame deste Supremo Tribunal Federal, revelando, por consequência, a prejudicialidade do pedido defensivo. Diante do exposto, (...) julgo prejudicada esta petição. Retire-se de pauta", escreveu Fachin na decisão (leia o documento completo ao final).

A decisão foi tomada após o TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, rejeitar um dos recursos da defesa de Lula contra a condenação de 12 anos e 1 mês no caso do tríplex do Guarujá (SP). Caso fosse admitido, esse pedido seria remetido ao Supremo. O segundo recurso de Lula foi aceito e será enviado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Tanto na decisão de Fachin quanto na decisão do TRF4, os magistrados sequer avaliaram as solicitações feitas pela defesa de Lula, mas consideraram os pedidos "prejudicado" ou inadequado, respectivamente. Cabe recurso nos dois casos.

A decisão monocrática tomada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na prática, restabelece os direitos políticos de Lula. Ou seja, se ele não sofrer condenações em segunda instância novamente, até a eleição de 2022, poderá concorrer à Presidência da República.

A decisão de Fachin, relator da Lava Jato no STF, foi tomada a partir de um recurso da defesa do ex-presidente. O ministro apontou que a 13ª Vara Federal de Curitiba, que era conduzida pelo então juiz federal Sergio Moro, não era o "juiz natural" dos casos.

Após a decisão, os processos do ex-presidente relacionados à Lava Jato deverão ser analisados pela Justiça Federal do Distrito Federal, que avaliará se os atos nos três processos podem ser validados ou reaproveitados.

A Procuradoria Geral da República, porém, pode recorrer da decisão de Fachin, levando o caso para análise da 2ª Turma da Corte, que é composta por Fachin e ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Kassio Nunes Marques.

Na tarde desta segunda, a decisão do ministro do STF causou grande repercussão em todo o país. Nas redes sociais, políticos se manifestaram sobre o assunto.

Abaixo, veja a repercussão do fato no mundo político:

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira escreveu que sua "maior dúvida" é se a decisão monocrática (tomada por apenas um ministro) de Fachin "foi para absolver Lula ou Moro". Ele completou: "Lula pode até merecer. Moro, jamais!"

Em entrevista ao site O Antagonista, João Amoêdo (Novo), ex-candidato à Presidência da República, classificou como absurdo "que todas as decisões sejam revertidas depois de quase quatro anos".

Ainda à plataforma, Amoêdo afirmou que a decisão de Fachin representa recursos públicos desperdiçados, insegurança jurídica e favorece "basicamente Lula e Bolsonaro".

Em seu perfil no Twitter, ao compartilhar a declaração, Amoêdo comentou novamente sobre a decisão de Fachin. "A impunidade vai avançando", escreveu.

Ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos criticou as decisões que haviam sido tomadas contra Lula no passado.

"Com 3 anos de atraso, Fachin anula condenações de Lula. A farsa que elegeu Bolsonaro está desmontada", escreveu em seu perfil no Twitter.

E parabenizou o ex-presidente. "Ganha a democracia. Parabéns @LulaOficial!"

Liminar concedida na noite desta terça-feira por um integrante do Conselho Nacional do Ministério Público suspendeu a audiência marcada para esta quarta-feira para ouvir o ex-presidente Lula e sua mulher Marisa Letícia sobre o apartamento triplex no edifício Solaris, no Guarujá. Já estava sendo organizada uma manifestação diante do prédio do Fórum da Barra Funda, em São Paulo, de grupos favoráveis a Lula e também contrários. A decisão liminar, que se aplica também a mulher do ex-presidente, vale até que o plenário do Conselho Nacional do Ministério Público analise o caso.

A liminar foi concedida pelo conselheiro Valter Shuenquener de Araújo, a partir de pedido de providências  apresentado pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que invocou a violação do princípio do promotor natural, uma vez que a ação relativa à Bancoop, cooperativa que inicialmente construiu o prédio de apartamentos no Guarujá, estava na 5ª Vara da 1ª Promotoria de São Paulo, enquanto o procurador Cássio Cesarino, que convocou Lula para o depoimento, é integrante da  2ª Vara.

"Não é recomendável a manutenção de ato a ser presidido pelo requerido designado para amanhã [quarta-feira] sem que antes o Plenário deste Conselho possa apreciar as alegações de ofensa ao princípio do Promotor Natural no âmbito do Ministério Público do Estado de São Paulo. A manutenção do ato poderia, acaso se entenda, em momento futuro, pela falta de atribuição do referido membro e da necessidade de livre distribuição do feito, até mesmo ensejar uma indesejável nulidade no âmbito penal", afirmou o conselheiro na decisão.

O conselheiro entendeu que há "fumaça do bom direito", ou seja, motivos para suspender temporariamente os atos do promotor em razão de suspeitas. A liminar concedida suspende todos os atos praticados pelo promotor na investigação até que o plenário do conselho análise o caso. O conselheiro também determinou que a Procuradoria de Justiça de São Paulo seja intimada com urgência da decisão. 

O deputado Paulo Teixeira disse ter tomado a iniciativa de questionar o pedido do promotor Cássio Cesarino de convocar o ex-presidente Lula a prestar depoimento perante o Ministério Público de São Paulo por considerar que o promotor, em entrevista há mais de uma semana, acabou por expor antecipadamente o seu ponto de vista. E, ainda, por considerar que o promotor extrapolou ao tratar, além do apartamento triplex no Guarujá, também fazer referências ao sítio em Atibaia, frequentado pelo ex-presidente e sua família.

Ele disse que não vai repetir o questionamento em relação à convocação do ex-presidente Lula a prestar depoimento perante o juiz Sérgio Moro, o que está marcado para o dia 14 de março, por teleconferência. "Este papel é dos advogados do ex-presidente; só tomei esta iniciativa agora porque é caso da promotoria de São Paulo", disse o deputado.

Do G1.

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